Um em cada cinco residentes na União Europeia corre o sério risco de ficar surdo ainda jovem por causa da poluição sonora.

O que significa que, com o tempo, a consequência será a perda da escuta da rádio ou da sua música favorita. Ou, pior ainda, as conversas com os familiares e com os amigos tornam-se uma missão praticamente impossível.

Por outro lado, a exposição contínua a níveis extremos de ruido pode causar disturbios do sono e, por essa via, má disposição, depressões, doenças cardiovasculares, hipertensão, morte prematura.

Mas o problema não é de agora.

Mais de 20 anos volvidos, o cenário mantém-se inalterado.

Em 1996, o Livro Verde para as futuras políticas relativas ao ruído, elaborado pela Comissão Europeia, mostrava que cerca de 20% da população europeia estava diariamente exposta a níveis de pressão sonora acima dos limites.

Ou seja, um em cada cinco europeus expostos a um nível de ruído igual ou superior a 56 decibéis, o nível a partir do qual ocorrem as perturbações do sono que desencadeiam todos os outros problemas.

Em termos económicos, há 20 anos, o ruído ambiental representava um custo para a sociedade de, aproximadamente, 0,2 a 2% do Produto Interno Bruto de cada estado-membro da União Europeia.

O que significa que, no caso português, em 1996, o excesso de ruido custou aos contribuintes qualquer coisa como um milhão e 900 mil euros.