Veja também:


O primeiro-ministro espanhol anunciou este sábado a renovação do estado de emergência no país até ao próximo dia 9 de maio.

"Estamos a conseguir conter a propagação do novo coronavírus, mas as conquistas são ainda fracas", disse Pedro Sánchez numa mensagem ao país. "O que já alcançámos é insuficiente e sobretudo frágil, não podemos pôr essas conquistas em risco com soluções precipitadas”, afirmou.

“Não é possível suspender o confinamento e passar para a fase de redução das restrições”, reforçou, anunciando que, no domingo, transmitirá aos presidentes das comunidades autónomas e ao Congresso dos Deputados a extensão do estado de emergência até dia 9 de maio, inclusive".


Sánchez explicou que este prolongamento do estado de emergência traz uma suavização das medidas de luta contra a Covid-19 para os mais jovens a partir de 26 de abril.

"Estamos a ultimar uma medida tendo como ponto de partida a Lei de Saúde Pública, uma medida que temos de estudar e será acertado com o comité científico a idade mínima para que possam sair", explicou. "Logicamente, e tendo como ponto de referência a Lei de Saúde, será os 12 anos."

“Este estado de emergência não será igual aos anteriores. Vamos estar em diferentes ‘estados de emergência’” até um verdadeiro regresso à normalidade, declarou.

Para tal, é preciso diminuir o número de novos contágios, sendo que a estratégia nesse sentido passará agora a ser feita de acordo com o nível de infeções por território de Espanha, adiantou Sánchez, porque "as realidades são distintas e a incidência e o impacto da pandemia é diferente [em cada território]."

Pedro Sanchez avisa: “quando voltarmos a sair à rua, vamos encontrar os estragos de uma guerra, mas sem bombas”. Mas deixa um compromisso: “não deixar ninguém para trás”.

“Essa tem sido a máxima deste Governo nesta pandemia”. Por isso, a mensagem é de esperança. "Jamais poderíamos imaginar que isto nos iria suceder, mas vamos recuperar, tenho isso muito claro."

Atenção aos “lobos do populismo”, avisa Sanchez

No discurso, o chefe do Governo espanhol lançou ainda um repto à União Europeia (UE), para que reaja com rapidez e em conjunto para ajudar os Estados-membros a combater a pandemia de Covid-19.

"Não há futuro sem solidariedade nem porvir sem união. A Europa somos todos nós e agora é o momento de o demonstrar", apelou Sánchez, garantindo que as recentes reuniões entre Estados-membros estão a dar frutos.

“A Europa não deve permitir que os lobos do populismo aproveitem a crise para difundir a sua mensagem de ódio”, avisou ainda.

Espanha é o terceiro país do mundo com mais mortes por cada milhão de habitantes por causa do novo coronavírus, depois dos Estados Unidos e de Itália.


A pandemia de Covid-19 já provocou mais de 154 mil mortos em todo o mundo e infetou mais de 2,2 milhões de pessoas. Mais de 497 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro em Wuhan, uma cidade do centro da China.