Sylvie Goulard, a candidata a comissária europeia proposta pela França, foi rejeitada esta quinta-feira pelos eurodeputados, depois de uma segunda ronda de audições.

A candidata francesa deveria ficar com a pasta do Mercado Interno e da Indústria, mas o nome recebeu 82 votos contra e apenas 29 a favor, não conseguindo os dois terços de apoio necessários para tomar posse.

Em causa está um escândalo sobre falsos empregos no Parlamento Europeu, em que Sylvie Goulard esteve implicada, e o salário elevado que aufere como conselheira de um grupo de reflexão norte-americano.

A candidata a comissária europeia garantiu estar inocente, como já tinha feito na primeira audição, a 2 de outubro. Em junho de 2017, demitiu-se do Governo francês na sequência do caso dos empregos fictícios, em que ainda não foi acusada.

“Eu não estou sob uma investigação formal, mas numa situação judicialmente diferente, muito clara”, declarou Goulard.

Já Manon Aubry, uma eurodeputada francesa de extrema-esquerda, disse que os cidadãos europeus “não vão depositar a sua confiança nas suas instituições quando uma comissária não vê qualquer problema em receber 10 mil euros por mês de um lobby privado a somar ao salário de eurodeputada”.

Este é o terceiro nome a ser rejeitado pelo Parlamento Europeu, depois dos comissários romeno e húngaro.

Antes de poder começar a trabalhar, a nova Comissão Europeia, liderada pela alemã Ursula Von der Leyen, vai a votos como um todo a 23 de outubro.