Nos últimos 250 anos, desaparecem da Terra 571 espécies de plantas. O alerta consta de um estudo divulgado pela revista “Nature”, que chama a atenção para o ritmo assustador da extinção de espécies de plantas.

As plantas produtoras de sementes têm desaparecido a um ritmo de quase três espécies por ano, o que é até 500 vezes maior do que o esperado como resultado apenas das forças naturais, segundo o estudo.

Os investigadores do Royal Botanic Gardens, Kew, e da Stockholm University sublinham que é a primeira vez que é feito um levantamento do género à escala mundial. Ainda assim, estimam que o número possa estar abaixo da realidade, já que alguns países não foram estudados minuciosamente.

“A maioria das pessoas consegue nomear um mamífero ou pássaro que tenha entrado em extinção, mas muito poucas conseguem fazê-lo quando falamos de plantas”, sublinha Aleys Humphreys, um dos co-autores do estudo.

O estado norte-americano do Havai lidera a lista mundial, com 79 espécies extintas, enquanto a África do Sul soma 37.

“As plantas sustentam toda a vida no planeta: fornecem o oxigénio que respiramos e a comida que ingerimos, além de serem a espinha dorsal dos ecossistemas. Portanto, a extinção de plantas representa más notícias para todas as espécies”, alerta outro investigador. “Milhões de outras espécies dependem das plantas para sobreviverem”, acrescenta Eimear Nic Lughadha.

O desaparecimento das florestas e o uso de grandes áreas de terreno para os negócios agrícolas são apontados como as principais causas da extinção de algumas espécies, assim como o desaparecimento de alguns animais, cuja função é ajudar a espalhar sementes.

Mas o estudo tem também uma parte positiva: 430 das espécies consideradas extintas reapareceram. Ainda assim, os autores sublinham que 90% das plantas redescobertas têm um “alto risco de extinção”.

No mês passado, um relatório da ONU estimou que um milhão de espécies de animais e plantas estavam ameaçadas de extinção.

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