O Governo egípcio restringiu esta semana a venda de coletes refletores amarelos para demover ativistas e críticos de imitarem o movimento dos "coletes amarelos" em França.

A decisão surgiu depois de um movimento semelhante ao francês, o dos "coletes vermelhos", ter sido lançado na vizinha Tunísia, avança o diário britânico "The Independent".

As restrições na compra e venda de coletes amarelos no Egito entram em vigor quando falta um mês para o 7.º aniversário da Primavera Árabe, que derrubou Hosni Mubarak depois de 30 anos no poder.

Na sequência da revolta popular, que teve lugar naquele e noutros países da região, os egípcios escolheram um candidato da Irmandade Muçulmana para a presidência nas primeiras eleições livres do país em décadas. Um ano depois da tomada de posse de Mohammed Mursi, contudo, o Exército depôs o chefe de Estado e forçou eleições antecipadas, que viram o general Abdel Fatah al-Sisi tornar-se Presidente, um cargo que ocupa desde junho de 2014.

Com os sete anos da Primavera Árabe a aproximarem-se, as autoridades egípcias temem o surgimento de novos protestos em massa contra o Governo militar e decidiram impor restrições à venda de coletes refletores, os mesmos que se tornaram num símbolo do descontentamento político em França.

Todas os revendedores que comercializam os coletes estão agora proibidos de os vender a clientes comuns; as empresas de venda a retalho precisam de obter autorização da polícia para continuarem a comercializar o produto.