A porta-voz da Casa Branca divulgou um vídeo falso e manipulado para justificar a suspensão da credencial ao jornalista da CNN Jim Acosta. O vídeo, produzido e difundido pelo conhecido site de notícias falsas e teorias da conspiração InfoWars, foi partilhado por Sarah Huckabee Sanders na rede social Twitter.

A Casa Branca suspendeu na quarta-feira a credencial a Acosta, após este ter pressionado Donald Trump sobre a caravana de migrantes vinda da América Central que está em rota para a fronteira entre o México e os Estados Unidos. O repórter da CNN tentou também perguntar ao Presidente se está preocupado com a investigação em curso à alegada ingerência russa nas eleições presidenciais de 2016.

As questões irritaram Trump, que tentou desviar a pergunta. Perante a insistência de Jim Acosta, o Presidente norte-americano mandou uma "jovem estagiária" tirar o microfone ao jornalista. Trump acabou por não responder às perguntas e insultou o jornalista, acusando-o de ser uma “pessoa mal educada” e “terrível”.

As imagens do momento foram alteradas pelo site InfoWars, cujo fundador e dono, Alex Jones, foi recentemente suspendo das redes sociais por propagar teorias da conspiração.

Na sua versão falsa do que aconteceu, é dado destaque ao momento em que a funcionária tenta retirar o microfone a Acosta, que tenta segurá-lo. As imagens do momento foram aceleradas e o site afirma que Acosta "claramente usa o braço esquerdo para fisicamente restringir/resistir à mulher". O vídeo faz uma aproximação aos braços do jornalista e da funcionária e aumenta a velocidade do momento.

Sarah Sanders, secretária de imprensa, partilhou o vídeo do InfoWars, garantindo: "Não vamos tolerar o comportamento inapropriado claramente documentado neste vídeo."

Recentemente, Alex Jones viu as suas contas serem removidas em várias redes sociais, como o Facebook, o Spotify, a Apple a Google Vídeos e o Youtube por promover o discurso de ódio e de não seguir as regras das comunidades que utilizam as várias redes sociais.

Alex Jones e o site InfoWars são conhecidos pelos seus conteúdos racistas, homofóbicos, machistas e pró-Trump. Uma das suas mais famosas teorias falsas surgiu após o massacre na escola Sandy Hook, em 2012, que matou 20 crianças e seis adultos, quando o responsável do 'InfoWars' garantiu que as 26 vítimas eram atores e que o tiroteio não passou de uma fraude.