As crianças separadas dos pais na fronteira entre os Estados Unidos e o México e colocadas num centro de detenção de Houston estarão a ser medicadas com psicotrópicos de forma regular.

O caso foi denunciado esta quinta-feira pelo Center for Human Rights, um grupo de defesa dos direitos humanos norte-americano que hoje apresentou uma ação judicial contra a administração de Donald Trump num tribunal de Los Angeles, na Califórnia.

Na denúncia, delineada num documento de 25 páginas, a organização acusa a instalação gerida pelo Governo federal de violar a lei, ao administrar poderosos medicamentos psiquiátricos a menores sem indicação clínica e sem o consentimento dos pais ou encarregados de educação.

Contactados pela agência Reuters, os administradores do centro de detenção de Houston, no estado do Texas, remeteram-se ao silêncio.

Em declarações à Renascença, a presidente da Unicef Portugal defende uma investigação rigorosa por parte da Justiça norte-americana. Para Beatriz Imperatori, estamos perante um caso que, a ser verdade, é muito grave.

"Se isto assim for, é de facto uma prática grave. As entidades competentes devem abrir imediatamente um inquérito."

A responsável pela agência da ONU para as crianças em Portugal defende ainda que a prioridade deve ser a reunificação das famílias que foram separadas nos últimos meses sob a chamada política de "tolerância zero" seguida pela administração Trump.

"Ficamos satisfeitos que tenha havido a reversão dessa política e a execução da mesma no terreno. É preciso agora tomar atenção a todas as crianças que estão separadas das suas famílias e dos seus pais, que devem voltar o mais rapidamente para as suas famílias e os que as acompanhavam."

[Notícia atualizada às 14h50]

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