Carles Puigdemont já saiu da prisão alemã, onde estava detido desde 25 de março.

Em declarações à imprensa à saída do estabelecimento prisional, o líder defendeu a necessidade de diálogo e disse que as autoridades espanholas já não têm argumentos para não dialogar com os políticos catalães.

"É uma vergonha para a Europa haver presos políticos", disse o líder catalão. "Confiei sempre na democracia europeia e na separação de poderes. Essa democracia está em causa na Espanha", acrescentou ainda Puigdemont, que defendendo a ideia de que a causa independentista "não é uma interna", mas uma questão "que afecta todos os cidadãos europeus".

Puigdemont exigiu ainda a libertação de todos os presos políticos.

"Sou pelo diálogo. Temos pedido diálogo mas só temos recebido uma resposta repressiva", acusou ainda o ex-presidente do governo regional da Catalunha. "Está na altura de fazer política. É preciso chegar a uma solução política, não a uma solução que se serve da lei", defendeu Puigdemont.

Numa conferência de imprensa em inglês, o ex-presidente da Generalitat agradeceu ainda, em alemão, "a solidariedade e apoio de todos os países europeus".

O antigo governante catalão foi detido a 25 de março após ter entrado, de carro, na Alemanha, quando regressava da Dinamarca, no âmbito de um mandado de captura europeu emitido por Espanha, que o acusa de rebelião e mau uso de verbas públicas por organizar um referendo, declarado ilegal pelo Tribunal Constitucional, sobre a independência da Catalunha.

O tribunal de Schleswig decidiu na quinta-feira que o ex-presidente da Generalitat não pode ser extraditado pelo crime de rebelião, porque a lei equivalente na Alemanha pressupõe o uso ou ameaça de força suficiente para contrariar a vontade das autoridades, mas ele ainda pode ser extraditado pela acusação de mau uso de fundos.