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O CEO da Cambridge Analytica, Alexander Nix, foi afastado das suas funções na empresa, que está sob suspeita de ter recolhido e guardado de forma ilegal dados de 50 milhões de utilizadores do Facebook.

Em comunicado divulgado no seu site oficial, a empresa revela que a decisão de suspender o CEO tem “efeito imediato” e que o líder será “alvo de uma investigação independente”.

Esta decisão acontece depois de o canal britânico Channel 4 News ter emitido a primeira parte de uma grande reportagem onde Nix sugere que se usem táticas como contratar prostitutas ou se ofereçam subornos para denegrir a imagem do opositor.

No mesmo comunicado, a empresa diz que as declarações do líder “não representam os valores da empresa” que trabalhou para a campanha de Ted Cruz e Donald Trump.

Na reportagem do canal britânico, na qual dois jornalistas se fazem passar por representantes de um cliente com interesses em influenciar as eleições no Sri Lanka, Alexander Nix é apanhado a sugerir que se ofereça uma quantidade de dinheiro ao oponente para denegrir a sua imagem.

“Vamos oferecer uma grande quantidade de dinheiro ao candidato para financiar a sua campanha. Vamos gravar tudo, ocultamos o rosto da nossa pessoa e publicamos na internet”, pode ouvir-se na gravação oculta recolhida pelos jornalistas do canal britânico.

Noutro momento da reportagem, Nix oferece-se para enviar prostitutas para a porta do candidato, de forma a tentar encurralar o adversário numa armadilha sexual. “Acho que funciona muito bem”, diz Nix, que também abre a possibilidade de recorrer a ex-espiões com quem a empresa trabalha para facilitar o processo.

Na mesma reportagem, o CEO da Cambridge Analytica confirma que teve um papel preponderante na campanha de Donald Trump. “Fizemos toda a investigação, recolhemos os dados e analisámos a informação. Fomos responsáveis por toda a campanha online. Os nossos dados foram determinantes para a estratégia”.

Perante as alegações, o parlamento britânico e o Parlamento Europeu já anunciaram que querem ouvir o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, devido ao escândalo de uso indevido de dados de utilizadores da rede social por parte da empresa de Alexander Nix.