Milhares de mulheres tomaram as ruas das principais cidades norte-americanas no sábado em prol da igualdade de género. Isto, dia em que Donald Trump assinalou um ano na presidência do país.

Perto de 400.000 pessoas desfilaram por Nova Iorque, segundo o gabinete do presidente da Câmara da cidade.

Às primeiras horas da manhã, já havia pessoas a deslocar-se para o ponto de encontro, convocado para o lado oeste do Central Park, que ficou sobrelotado e transpirava “energia, força e união”, como relataram as nova-iorquinas Lisa e Mehely à agência noticiosa espanhola Efe, depois de encabeçarem a marcha.

As críticas à administração Trump dominaram o evento, com vários cartazes a pedir a sua destituição e a insurgir-se contra a sua política.

Em resposta, o Presidente escreveu no Twitter que era um “dia perfeito para todas as mulheres marcharem”, destacando também que os Estados Unidos têm o “nível de desemprego feminino mais baixo em 18 anos”.

Nos cartazes que desfilavam na rua, o protagonismo foi também para o descontentamento com as reformas migratória e sanitária que Trump impulsionou, as exigências de igualdade de direitos para mulheres, imigrantes e protestos contra as agressões sexuais.

A organização da “Women’s March”, que no ano passado se centrou em Washington DC, onde se situa o Capitólio, e reuniu 500.000 pessoas, procurou este ano transformar os protestos em acção política, encorajando as mulheres a candidatarem-se a cargos públicos e fomentando o voto.

“Para enviar uma mensagem forte de que as mulheres vão liderar as vitórias eleitorais em 2018, tínhamos que ir para um estado relevante. Escolhemos o Nevada”, explicou à estação televisiva norte-americana CNN uma das organizadoras, Linda Sarsour.

Em Las Vegas, capital desse estado que, nas últimas eleições, passou de republicano para democrata, votando em Hillary Clinton, a marcha incorpora a campanha “PowerToThePolls” (Poder ao Voto) e contará no domingo com representantes de associações cívicas como Planned Parenthood e Black Lives Matter, para impulsionar o recenseamento eleitoral e a mobilização política.

Outras cidades em que milhares de pessoas saíram hoje à rua foram Washington, Denver, São Francisco e Los Angeles, tendo esta última contado com a participação de estrelas de Hollywood.

As actrizes Viola Davis, Natalie Portman e Eva Longoria foram algumas das mulheres que tomaram o microfone para incentivar ao poder das mulheres e falar dos escândalos de abusos sexuais na indústria cinematográfica revelados nos últimos meses, que desencadearam movimentos feministas e de denúncia social como #MeToo e #Time’sUp.

Durante todo este fim-de-semana, há centenas de marchas e acções agendadas a nível global em torno dos direitos das mulheres, nas capitais de países como Argentina, Quénia, China, Canadá, Austrália e Itália, mas também em cidades secundárias e localidades mais pequenas.