O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse, esta quarta-feira, que "a Europa vai de Vigo a Varna, de Espanha à Bulgária".

Juncker fazia o anual discurso do Estado da União, no Parlamento Europeu, e não referiu o país mais ocidental da União, Portugal, numa intervenção lida. O discurso está, aliás, disponível no "site" da Comissão Europeia.

A eurodeputada Marisa Matias, que reagiu, de imediato, através das redes sociais, disse à Renascença que o lapso de Juncker "é um detalhe, mas um detalhe muito simbólico, porque está em linha com aquilo que têm sido as posições da Comissão Europeia nos últimos anos, que deixam de lado as periferias".

"Há coisas que se dizem acertadas com o pensamento. Sendo um detalhe, conta simbolicamente e não creio que o presidente da Comissão precise de um mapa: ele exclui as periferias intencionalmente", reforça a eurodeputada do Bloco de Esquerda.

O eurodeputado Nuno Melo mostra-se mais reservado em comentar. "Quero saber o contexto em que a frase foi proferida", argumenta o eurodeputado do CDS.

Para Nuno Melo, a declaração "se fosse premeditada, seria tão absurda que, no caso de um presidente da Comissão, se tornaria, simplesmente, inaceitável".

"Tratando-se de quem se trata, de alguém que costuma fazer declarações muito abonatórias em relação a Portugal, um país que conhece bem, até porque é luxemburguês", deve haver "um contexto específico" que o próprio Juncker "poderá explicar", remata o eurodeputado do CDS.