E depois de Mossul?


As notícias da morte do líder do Estado Islâmico, Abu Bakr Al-Baghdadi, poderão afinal estar erradas, segundo um alto responsável do combate ao terrorismo no Curdistão iraquiano.

Em declarações à Reuters, Lahur Talabany diz que tem informações seguras de que Baghdadi permanece vivo e em fuga.

“Bagdadi está vivo, sem dúvida. Não morreu. A nossa informação é de que está vivo. Acreditamos nisso com 99% de certeza”, afirma.

Segundo este especialista, há que não esquecer que Baghdadi tem uma longa experiência em escapar-se às autoridades. “Não esqueçam que as raízes dele remontam aos dias da Al-Qaeda no Iraque. Já na altura escondia-se dos serviços de segurança. Ele sabe bem o que está a fazer.”

O líder do Estado Islâmico já foi dado como morto diversas vezes, mas recentemente a Rússia afirmou que havia fortes probabilidades que tinha sido morto num ataque aéreo levado a cabo por Moscovo perto de Raqqa, na Síria. A notícia da sua morte foi entretanto confirmada pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos e por fontes do próprio Estado Islâmico, citadas pela televisão iraquiana, mas os Estados Unidos, por exemplo, recusaram confirmar essas versões dizendo que não dispunham de informação suficiente.

Baghdadi lidera o Estado Islâmico há vários anos e presidiu à ascensão do grupo ao ponto de controlar quase um terço do Iraque e da Síria, declarando-se Califa de um estado territorial que chegou a cunhar moeda e dominar a segunda maior cidade do Iraque.

Após a libertação de Mossul pelas forças armadas iraquianas, em coligação com milícias xiitas, cristãs e curdas, o Estado Islâmico deverá voltar à guerrilha, mas a ameaça não desaparece, insiste Talabany.

“O território que eles controlam agora, ainda hoje, é território muito duro. O jogo não acabou para o Estado Islâmico. Agora preparam-se para uma luta diferente. Temos dias muito mais duros à nossa frente do que as pessoas pensam. Será como a al-Qaeda com esteróides”, diz o alto responsável curdo.