O Governo português “condena de forma veemente o terrível” ataque desta semana na província de Idlib, na Síria, em que terão sido utilizadas armas químicas.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros refere, em comunicado, que o bombardeamento que provocou pelo menos 86 mortos “constitui mais um testemunho da extrema barbárie do conflito na Síria”.

“A comprovar-se a utilização de agentes químicos, que causaram múltiplas vítimas civis, incluindo crianças, Portugal considera fundamental promover uma investigação profunda, para que os seus autores sejam identificados e devidamente responsabilizados”, defende o gabinete do ministro Augusto Santos Silva.

No dia em que decorre, em Bruxelas, a Conferência de Apoio ao Futuro da Síria e da Região, o Governo português reitera “a urgência de ser assegurado todo o auxílio humanitário ao povo sírio e de ser alcançada uma solução política inclusiva para o conflito”.

“Nesse contexto, o Governo português mantém e reforça os compromissos nacionais assumidos na Conferência de Londres, em 2016, com uma contribuição extraordinária a ser canalizada através do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados. De igual modo, Portugal sublinha o importante contributo desenvolvido pela Plataforma Global de Apoio aos Estudantes Sírios na relevante formação de quadros para a reconstrução da Síria”, refere o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

De acordo com o mais recente balanço do alegado ataque químico contra a povoação síria de Khan Cheikhoun, na província de Idlib, o número de mortos aumentou para 86, avança o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Os Estados Unidos e a Turquia já responsabilizaram o regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad, pelo ataque.

A Rússia, um dos principais aliados de Assad, alega que foi uma fuga de gás provocada por um ataque aéreo sírio a um depósito de armas químicas, numa zona controlado pelos rebeldes.

O Papa considera "inaceitável" o ataque ocorrido na Síria e voltou a apelar ao fim da guerra e à ajuda das populações.

"Assistimos horrorizados aos últimos acontecimentos na Síria, Exprimo a minha firme rejeição pela inaceitável tragédia ocorrida ontem na província de Idib, onde foram mortas dezenas de pessoas indefesas, incluindo crianças. Rezo pelas vítimas e seus familiares e faço um apelo à consciência de todos os que têm responsabilidade política, a nível local e internacional, para que acabe esta tragédia e se alivie esta cara população há demasiado tempo esgotada pela guerra", disse Francisco esta quarta-feira, na Praça de São Pedro, depois da audiência geral.