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Em França, a noite de segunda-feira foi marcada pelo debate entre os principais candidatos à Presidência. Durante mais de três horas, Benoit Hamon, François Fillon, Emmanuel Macron, Jean-Luc Melenchon e Marine Le Pen apresentaram ideias, mas poucas novidades.

A candidata de direita, Marine Le Pen, voltou a destacar-se pela radicalidade das suas propostas. Entre elas, a realização de um referendo à permanência de França na União Europeia e uma taxa de 35% sobre produtos importados.

Mas, mais do que ideias, o debate ficou marcado por divergências. Emmanuel Macron e Benoît Hamon, ambos ex-ministros, não esconderam a hostilidade que os une e Jean-Luc Mélenchon não se conteve, em vários momentos, enquanto Marine Le Pen falava, fazendo mesmo piadas para a assistência.

Quanto a escândalos, François Fillon, que enfrenta um processo por alegado desvio de dinheiros públicos, viu o dedo dos seus adversários apontado contra si, mas não reagiu.

Emmanuel Macron, por seu lado, voltou a ser acusado de receber financiamento de grandes lobbies, mas não ficou calado.

Já Marine Le Pen, que insistiu nas explicações do seu adversário, ficou a saber que Macron a vai levar a tribunal por difamação.

Em estúdio estiveram apenas os candidatos mais destacados nas sondagens, uma decisão da privada TF1 que todos contestaram e que não se deverá repetir.

Benoît Hamon (PS), Emmanuel Macron (candidato independente do Movimento "Em Marcha"), Jean-Luc Mélenchon (da extrema-esquerda "França Insubmissa"), François Fillon (do partido Os Republicanos, da Nicolas Sarkozy) e Marine Le Pen (do partido de extrema-direita Frente Nacional) foram os candidatos escolhidos.

Os próximos debates estão marcados para 4 e 20 de Abril.

As últimas sondagens colocam Marine Le Pen e Emmanuel Macron à frente das preferências para uma primeira volta. Macron poderia vencer uma segunda ronda.

Emmanuel Macron terá sido também, segundo o estudo da Elabe para a BFMTV, o mais convincente no debate de ontem à noite.