Milhares de pessoas encheram avenidas e praças por todo o mundo, de Londres a Sidney, contra o novo presidente dos EUA, Donald Trump, em manifestações que também são de solidariedade para com o protesto que acontece em Washignton.

A designada Marcha das Mulheres é um protesto que se realiza este sábado em mais de 60 países e que se junta à marcha que acontece em Washington, um dia depois do controverso multimilionário Donald Trump ter prestado juramento como 45.º Presidente dos Estados Unidos.

Na capital norte-americana, dezenas de milhares de mulheres mostram já mensagens como "As mulheres não recuarão" e "Menos medo, mais amor" e criticam a postura de Trump em questões como aborto, diversidade cultural e mudanças climáticas.

"Hoje marchamos pelo núcleo moral desta nação, contra a qual o nosso novo presidente está a travar uma guerra", disse a conhecida actriz America Ferrera perante os protestantes em Washington, considerando que uma "plataforma de ódio e divisão" assumiu o poder na Casa Branca, mas que não representa o país. "Somos a América e estamos aqui para ficar", afirmou.

De acordo com as agências de notícias, há sinais que mostram que os manifestantes em Washington contra Trump poderão superar aqueles que assistiram à tomada de posse. Os organizadores do protesto aumentaram mesmo a estimativa de participantes para 500 mil perante as multidões que quase entopem o metro da cidade.

Também na Europa decorrem protestos nas principais cidades.

Em Londres, apesar do frio e sob um grande sol, um grande cortejo iniciou o protesto na Embaixada dos Estados Unidos com destino a Trafalgar Square, com o presidente de Câmara de Londres, Sadiq Khan, entre os manifestantes.

"Quero que a maioria dos americanos que não votaram nele saibam que têm o apoio de todo o mundo", disse Oliver Powell, um actor de 31 anos que descreveu o novo presidente da maior potência do mundo como uma pessoa "hedionda".

Hannah Bryant, que trabalha num museu, marchou acompanhada da filha de quatro anos, ambas vestindo um "Pussyhat", gorros de lã com orelhas de gato que se tornaram um símbolo da oposição a Donald Trump.

O termo "pussy" significa em inglês um pequeno gato ou, de forma pejorativa, o sexo feminino. Esta palavra foi usada por Donald Trump num vídeo que causou escândalo em Outubro, onde o milionário se gabava de ser capaz de agarrar as mulheres por onde ele quisesse.

"Eu ensino à minha filha as noções de igualdade e preconceito e quero mostrar quantas pessoas compartilham as nossas convicções", disse Bryant.

Já Sarah Macdonald, de 51 anos, considerou esta manifestação uma "mensagem de esperança".

"O que vai galvanizar os partidos progressistas, democratas e os partidos de esquerda que neste país têm fracassado nas urnas. O que nos resta? Manifestar", considerou.