O presidente da Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR), Rui Marques, não tem dúvidas: o chumbo do parlamento húngaro à proposta anti-refugiados deve ser vista “com algum optimismo” mas sem que se percam as “razões de preocupação”. Apesar de tudo, o presidente da PAR não deixa de recordar que se trata de “um sinal positivo num quadro alarmante”.

Perspectiva semelhante tem a presidente do Conselho Português para os Refugiados. Teresa Tito Morais recorda, em declarações à Renascença, que “infelizmente, a Hungria habituou-nos a ter intervenções políticas fechadas” e, por isso, não pode deixar de considerar a decisão “surpreendente” quando comparada com a decisão de “construir muros e vedações para impedir a livre circulação de pessoas”.

Já o porta-voz do alto comissariado da ONU, Erno Simon, para os refugiados na Hungria é mais comedido. Em declarações à Renascença, o porta-voz relembra que “Orbán deu a entender que poderá dar uma segunda oportunidade para mudanças na constituição que permitam rejeitar o acolhimento de refugiados no país”.

Simon admite por isso que a constituição pode ser mesmo alterada numa segunda tentativa. Para isso basta que o partido anti-imigração Jobbik vote favoravelmente a proposta de Viktor Orbán.