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O resultado do referendo ao "Brexit" pode levar à desintegração da União Europeia, disse esta terça-feira o ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso, durante uma conferência internacional sobre ciência política a decorrer no Estoril.

O antigo primeiro-ministro português falou pela primeira vez sobre o referendo que decidiu a saída do Reino Unido e admitiu que existe um “risco de desintegração” da União Europeia.

“Podem alguns querer criar, nesta situação, um precedente para outras saídas da União Europeia. É por isso que eu estou convencido que os líderes mais responsáveis da União Europeia, e aí temos de contar sobretudo com a senhora Merkel, que é hoje em dia em termos de liderança o ponto de equilíbrio essencial na UE, vão procurar minimizar os riscos e procurar encontrar formas de consenso para que a UE se mantenha e se reforce mesmo sem a presença do Reino Unido”, sublinha o antigo primeiro-ministro.

A saída do Reino Unido da União Europeia não será imediata. Durão Barroso admitiu a existência de várias surpresas “neste caso de ‘divórcio’ entre o Reino Unido e a União Europeia”.

Segundo o ex-presidente da Comissão Europeia, ao contrário do que os apoiantes do “Brexit” diziam, esta saída será “demorada e um processo complexo, e que acarreta custos”.

Durão Barroso atacou ainda o desempenho político de David Cameron, o primeiro-ministro demissionário do Reino Unido, acusando-o de andar “20 anos a desvalorizar o trabalho da UE” e de querer “em dois meses convencer os ingleses do contrário”.

[notícia actualizada às 19h57]

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