A despesa militar mundial subiu 1% em 2015, na primeira subida anual em quatro anos, disse esta terça-feira um “think tank” sueco, que conclui que 10% deste valor chegaria para cobrir custos das iniciativas globais para a erradicação da fome e da pobreza em 15 anos.

O Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI, na sigla em inglês) afirma que a despesa militar subiu para quase 1,47 mil milhões de euros, com os Estados Unidos a liderarem nos gastos apesar de a despesa norte-americana ter descido 2,4% para os 522,7 mil milhões de euros.

Em segundo lugar na lista dos países com maiores despesas militares aparece a China, com gastos a subir 7,4% para 188,6 mil milhões de euros, seguida da Arábia Saudita, cujos gastos de 76,5 mil milhões representam um aumento de 5,7%.

A Rússia, em quarto lugar, aumentou os seus gastos militares em 7,5%, para os 58,2 mil milhões de euros.

Encerram a lista dos 15 maiores investidores o Reino Unido, Índia, França, Japão, Alemanha, Coreia do Sul, Brasil, Itália, Austrália, Emirados Árabes Unidos e Israel.

Também em África, os gastos militares caíram 5,3% em 2015, depois de 11 anos de aumento crescente, uma inversão que se deveu principalmente à redução das despesas militares em Angola, o maior investidor da região subsariana.

Na América Latina e Caraíbas, as despesas miliares caíram 2,9%, por efeito principalmente de cortes nos gastos por parte do Brasil e Venezuela, que enfrentam crises económicas expressivas em resultado da queda dos preços do petróleo.

Segundo o instituto sueco, a despesa militar mundial chegou a 2,3% do PIB mundial, sendo que 10% deste valor chegaria para financiar os objectivos globais para acabar com a fome e a pobreza estabelecidos pelos 193 Estados-membros da Nações Unidas.

“Isto dá-nos uma certa perspectiva, que permite às pessoas verem qual é o custo de oportunidade dos gastos mundiais em despesa militar”, disse à Thomson Reuters o director do projecto da SIPRI, Sam Perlo-Freeman.