Durão Barroso acredita que os atentados terroristas em Paris vão marcar um ponto de viragem na atitude da União Europeia para com os grupos islamitas radicais.

O ex-presidente da Comissão Europeia considera que os “28” têm sido “excessivamente tolerantes” para com os terroristas.

“Eu penso que não vai ser apenas mais uma tragédia, penso sinceramente que pode ser um ponto de viragem no sentido de nos consciencializarmos todos que não podemos aceitar que se continuem a matar vidas inocentes na Europa e de que se deve pôr termo a esta situação”, afirmou Durão Barroso à margem de uma conferência sobre políticas públicas, em Lisboa.

O antigo primeiro-ministro considera que está na hora de a “Europa sair de uma situação que tem sido de complacência, de excessiva tolerância” em relação a grupos terroristas como o autoproclamado Estado Islâmico, que reivindicou os atentados de Paris.

Respeitando direitos, liberdades e garantias, sublinhou, a UE deve passar para uma “situação de firmeza, porque o que está em causa é a manutenção da nossa própria civilização”.

Nestas declarações aos jornalistas em Lisboa, Durão Barroso defendeu que a Europa tem de responder com clareza aos terroristas do autoproclamado Estado Islâmico e pede que comece por se atacar o financiamento destes grupos.

“A resposta tem de ser muito clara: a eliminação dessa organização. Não me digam que não é possível. No passado, na Europa e no mundo, já fizemos face a ameaças bem piores, como a ameaça hitleriana. Uma organização terrorista pode ser vencida, como já foram também algumas na Europa, se houver uma coligação suficiente de forças que estejam dispostas do ponto de vista militar, político, mas também financeiro a cortar-lhe qualquer espécie de apoio”, concluiu Durão Barroso.