António Vitorino dá dois meses para a reposição da normalidade da situação nas fronteiras internas da União Europeia. No programa "Fora da Caixa" da Renascença, onde semanalmente debate temas europeus com Pedro Santana Lopes, o comentador socialista reconheceu que o Acordo de Schengen permite reinstalar fronteiras de forma provisória, embora não seja o caminho ideal para a Europa.

"Se a Europa começar a reagir à húngara, com muros e arames farpados, é a falência do projecto europeu", avisa Vitorino, para quem a reposição de controlos fronteiriços, em efeito dominó, não é um bom sinal. O antigo comissário admite que as regras de Schengen permitem o controlo nas fronteiras internas por períodos de dez dias renováveis no máximo de dois meses.

O comentador socialista estabelece assim o prazo máximo para a resolução desta "crise nas fronteiras".

"Hoje não diria que Schengen está em causa. Mas se a situação não mudar substancialmente nos próximos dois meses, Schengen pode estar em causa. Porque dois meses é o limite máximo em que estes períodos de prorrogação de dez dias podem ser feitos de reinstalação de fronteiras internas".