A notícia apareceu na Renascença: "Investigadores e produtores de vinho estão a testar no concelho de Vila Flor um robô capaz de fazer medições de parâmetros chave da vinha e dar aos vitivinicultores informações sobre a produção de vinho através do projeto 'VineScout'."

Notícias como esta - robôs, inteligência artificial - são cada vez mais comuns nos nossos dias. O que é que tudo isto significa para o trabalho e para os salários? Por vezes, as novas tecnologias são um substituto da mão-de-obra (por exemplo, o robô aspirador); por vezes, as novas tecnologias permitem melhorar a produtividade da mão-de-obra existente.

Esta dicotomia na relação entre a tecnologia e o trabalho - por vezes substitutos, por vezes complementos - torna difícil a resposta à pergunta anterior (o efeito da tecnologia nos salários). No caso do robô do projecto "VineScout", creio que estamos perante um caso de complementaridade: a nova máquina aumenta a produtividade dos vitivinicultores, o que, por sua vez, terá um impacto positivo nos seus salários.

Em muitos outros casos (maioria?), as novas tecnologias substituem empregos existentes, o que, no curto prazo, leva a um abaixamento dos salários. Este é um dos grandes desafios da política social deste século: como melhor enfrentar o problema de ajustamento no mercado de trabalho devido à revolução digital.