Uma das consequências de a pandemia atual ter origem num vírus desconhecido é que as recomendações dos peritos e dos cientistas vão mudando à medida que a experiência empírica avança e traz novidades. Por isso não são de estranhar que as opiniões “dos que sabem” evoluam. É que ainda se sabe pouco sobre o coronavírus.

No início da pandemia a maioria dos países na UE recorreu ao confinamento das pessoas em casa, desertificando cidades e estradas. Mas houve exceções. O Reino Unido e a Suécia, por exemplo, tentaram outra via: poucas restrições, na esperança de que o vírus atacasse, sem grandes danos, a maioria da população, que assim ficaria imune (a chamada imunidade de grupo). Mas a subida do número de mortos levou os britânicos, primeiro, e a Suécia, depois e ainda com hesitações, a mudar de estratégia, juntando-se ao estado de emergência da maioria dos países europeus.

Também Trump gostaria de evitar as restrições que afetam a atividade econdas sondagensha, alhgo que, aliEUA, Foi forçado a mudar s.ómica, vaticinando que, na Páscoa, os americanos deveriam deixar de estar confinados em casa. Perante a assustadora subida do número de infetados e mortos nos EUA, Trump teve que mudar de agulha, algo que, aliás, ele faz com frequência – depende das sondagens.

Por outro lado, assistimos a divergências entre a Organização Mundial de Saúde (OMS) e vários especialistas (incluindo o mentor do ataque chinês ao vírus) sobre as vantagens e os inconvenientes de usar máscara. Parece que a OMS está agora mais aberta ao uso da máscara, porque há indícios de que tal uso ajuda a conter a pandemia.

Em Portugal vimos o primeiro-ministro dizer que os políticos devem fazer aquilo que os peritos aconselharem – e depois ir contra as recomendações do Conselho Nacional de Saúde, ao fechar mesmo as escolas. Com geral aplauso, aliás.

Também não é consensual libertação da alguns presos, para evitar que a pandemia tome conta das cadeias. Como não se sabe, ao certo, se quem apanhou o vírus e se curou terá, ou não, ficado imune a novo ataque do vírus. E por aí fora.

No momento – oxalá não tarde muito! – em que se considere dominada, embora ainda não extinta, a pandemia em Portugal, as polémicas irão multiplicar-se sobre como, concretamente, levar a cabo uma gradual transição para uma certa normalidade. É normal e pode ser útil existirem diferentes opiniões mais ou menos científicas. A democracia não está em quarentena.