Habitualmente não frequento as redes sociais, porque não as considero, em geral, fontes fidedignas de informação nem de opinião séria (até porque frequentemente ambas surgem a coberto do anonimato). Mão amiga fez-me chegar um texto notável do meu colega de redação Filipe d’Avillez, denunciando uma série de calúnias absurdas que correm nalgumas dessas redes, a propósito da recente elevação do P. José Tolentino de Mendonça a arcebispo, encarregado do arquivo do Vaticano.

O texto do Filipe, escrito em inglês, encontra-se em actualidadereligiosa.blogspot.com. Os boatos aparecem em blogues que detestam o Papa Francisco, a quem chamam ditador e chefe máximo da “anti-igreja católica”, criticando, por exemplo, a recente decisão papal de considerar inadmissível a pena de morte em qualquer circunstância.

Aí J. Tolentino de Mendonça é considerado favorável ao grupo LGBT e acusado de ser ele próprio homossexual, motivo pelo qual teria sido retirado da sua diocese de origem (Funchal), e outras atoardas desse tipo, que Filipe d’Avillez desmonta com rigor e desmente categoricamente.

O que incomoda esses católicos simpatizantes do falecido Monsenhor Lefebvre, que há vinte anos rompeu com a Igreja Católica por não aceitar o Concílio Vaticano II, é o acolhimento que o agora arcebispo D. José Tolentino dava e dá a todos. Na linha, aliás, do apelo do Papa Francisco para que a Igreja se preocupe com as periferias.

O Evangelho fala repetidamente de Alguém que comia com cobradores de impostos desonestos, não afastava prostitutas, procurava os mais marginalizados – suscitando o escândalo e a fúria dos fariseus, que recusavam contactos com “gente impura”. Chamava-se Jesus Cristo.