O turismo é hoje o sector mais dinâmico da economia portuguesa, ultrapassando 7% do PIB. Em todo o mundo cresce o turismo, para o que as companhias aéreas “low cost” têm contribuído. Mas entre nós o crescimento do turismo estrangeiro é dos mais altos.

Portugal beneficia nos últimos anos dos problemas que afastam turistas de outros destinos, nomeadamente do Norte de África e da Turquia. E acaba de ser considerado pelo World Travel Awards o melhor destino turístico do mundo.

O crescimento do turismo também coloca problemas. É o caso da saída dos habitantes do centro das cidades como Lisboa e Porto, para dar lugar ao arrendamento mais lucrativo a turistas – o que poderá descaracterizar essas zonas que, por isso, a médio prazo perdem interesse para os estrangeiros. Como é habitual, acordámos algo tarde para este problema, mas ainda vai a tempo de fazermos alguma coisa.

Não há dúvida de que o nosso país possui trunfos sólidos no turismo. Clima agradável, simpatia dos portugueses para com os estrangeiros, boa comida, preços relativamente baratos, belas e diversificadas paisagens num território que não é grande, etc. O turismo em Portugal já não apenas sol e praia – veja-se, por exemplo, o sucesso do turismo fluvial no rio Douro.

Mas também existem factores negativos. O pior, porventura, é a desenfreada e desregulada construção, sobretudo no Algarve ocidental, hoje largamente desfigurado. Um desastre urbanístico anunciado há muito, contra o qual se fizeram leis e programas, mas que de pouco valeram contra a ânsia do ganho imediato. No interior, entre todas as consequências desastrosas dos incêndios florestais contam-se, também, os danos que trouxeram a inúmeras paisagens.

Se queremos que o “boom” do turismo não seja, apenas, uma moda passageira, teremos de enfrentar a sério essas circunstâncias negativas e zelar pela qualidade daquilo que oferecemos ao turista estrangeiro.