Perante a complacência da chamada comunidade internacional, o Presidente das Filipinas, Duterte, prossegue a sua política de combate ao tráfico de droga: matar os suspeitos, sem julgamento.

Diz ele que Trump aplaude esse método expedito – embora eticamente repugnante e contrário ao Estado de direito.

Trump não desmentiu tal apoio. Não admira, dados os valores pelos quais ele se rege. Durante a campanha eleitoral, Trump defendeu a tortura a suspeitos de terrorismo. Depois mudou de ideias, influenciado pelo seu futuro Secretário da Defesa, general James Mattis. Este ter-lhe-á explicado que a tortura não é eficaz na recolha de informação verídica. Ou seja, não foram valores morais que convenceram Trump, mas mero pragmatismo.

Ora, abdicar da ética na defesa da democracia é esquecer o essencial. Se os antigamente denominados “líderes do mundo livre” vão por esse caminho, não admira a crescente influência de regimes e políticos autoritários, que não respeitam normas básicas do Estado de direito – Putin na Rússia, Erdogan na Turquia, Orban na Hungria, etc. É um suicídio democrático.