As bolsas e o mercado da dívida reagiram com calma à derrota de Renzi no referendo em Itália. Era uma derrota esperada e o BCE estava pronto para intervir. Mas os problemas em Itália não desapareceram, pelo contrário.

A longa fase de incerteza pela qual passará a política italiana dificultará a resolução dos gravíssimos problemas bancários do país. Nada menos do que oito bancos italianos estão em risco de colapso.

O crédito malparado atinge 360 mil milhões de euros na banca em Itália. O seu terceiro maior banco, que é o mais antigo do mundo, o Monte dei Paschi di Siena, precisa de 5 mil milhões de euros para recapitalização.

Se estes problemas não forem ultrapassados, o que é mais difícil depois da derrota de Renzi, iremos sofrer em Portugal dificuldades sérias. Desde logo nos juros da dívida e no custo da recapitalização da CGD, que inclui a participação de investidores privados. Isto, claro, para além do cenário mais pessimista de uma eventual saída italiana do euro.

Esperemos que não se chegue aí, pois seria o fim da moeda única.