Tanto a descoberta do escândalo Volkswagen como o combate contra a corrupção na FIFA partiram dos Estados Unidos, onde nem o gasóleo nem o futebol têm grande importância. Mas no país onde o capitalismo é emblemático, as autoridades não são em geral brandas com as infracções das empresas e dos gestores. Na Europa, incluindo na Comissão Europeia, parece predominar uma certa complacência, em prejuízo dos consumidores.

Antes da crise desencadeada em 2007 nos EUA, já muita gente importante em Wall Street tinha ido parar à cadeia. Mas a recente actuação das autoridades americanas quanto a falhas muito graves de bancos não tem sido a mais adequada. Foram aplicadas nos EUA multas astronómicas a grandes bancos internacionais. Essas multas decorrem de acordos entre as autoridades americanas e os bancos em causa, que assim evitam o prosseguimento dos processos judiciais de que são alvo.

Ora essas multas castigam sobretudo os accionistas dos bancos, não os gestores que prevaricaram. Estes deveriam ser julgados, incluindo alguns em processos criminais. Só assim se pode fazer justiça.