Considerando que, antes de qualquer eleição, existe em Portugal a tradição de encontrar “a semântica do qualificativo a seguir a maioria – se é robusta, se é forte ou expressiva”, João Taborda da Gama diz que, desde as últimas legislativas, há uma nova noção de maioria.

“Às vezes, a maioria não basta, não é a maioria no partido mais votado que chega para governar. Hoje é preciso um qualificativo que é uma maioria que permita ser superior àquilo que os outros partidos todos juntos consigam”, afirma.

Quanto ao próximo momento eleitoral, Taborda da Gama diz começar “a perceber, na estratégia do PS, um utilizar da maioria absoluta para captar votos ao centro, como quem diz 'deixem-nos governar sozinhos; não gostam do Bloco e do PC no Governo, então votem em nós e não votem à direita'”.

Sobre as escolhas do Conselho Europeu para os cargos de topo da União Europeia, Fernando Medina diz compreender o desapontamento de António Costa na nomeação de Ursula von der Leyen, de centro-direita, para a presidência da Comissão Europeia.

“Este resultado segue-se à falência de um acordo que [o primeiro-ministro] tinha atingido com Angela Merkel, em que a presidência da Comissão seria dada aos socialistas e depois distribuídos os restantes lugares. E o que aconteceu é que Merkel não conseguiu fazer valer o seu peso, porque o PPE neste momento está capturado pelo grupo de Viktor Orbán”, primeiro-ministro da Hungria, afirma.

“Este grupo hoje manda no PPE”, reforça Medina.