A Airbus vai deixar de fabricar o A380, pondo fim ao programa prometeu revolucionar a aviação comercial.

Lançado em 2007, o A380 é o maior avião comercial do mundo. Desde então, a Airbus recebeu mais de 300 encomendas e entregou 234 aeronaves, menos de um quarto das 1.200 que previa vender quando introduziu o avião de dois andares. A Emirates Airlines tem a maior frota de A380.

A fabricante de aviões europeia anuncia agora que vai deixar de produzir estes aviões em 2021, devido à falta de encomendas. A gota de água foi o cancelamento de vários pedidos da Emirates.

“O anúncio de hoje é doloroso para nós e para as comunidades do A380 em todos o mundo”, diz Tom Enders, CEO da Airbus, em comunicado. “Mas é preciso ter noção de que os A380 ainda estarão pelos céus por muitos anos e a Airbus vai continuar a apoiar totalmente as operadoras”.

Cai assim por terra um dos mais ambiciosos programas da Airbus. O A380, que pode transportar mais de 500 passageiros, chegou aos céus há 14 anos, com o objetivo de responder às perspectivas de saturação dos grandes aeroportos mundiais.

No entanto, desde então, a gestão do tráfego aéreo permitiu otimizar os tempos de aterragem e descolagem, multiplicaram-se os aeroportos com ligações internacionais e a entrada de novos operadores no mercado levou à fragmentação da concorrência.

A isso soma-se o aparecimento de novos modelos - como o A350 da própria Airbus e o Boeing 787 - que, apesar de não serem tão grandes, são muito mais eficientes em termos de consumo de combustível.

A produção do A380 já estava em risco desde o ano passado, mas uma grande encomenda da Emirates prolongou o programa. Contudo, esta semana, a companhia aérea seguiu o exemplo de outras transportadoras como a Qantas e cancelou grande parte dos pedidos. A Emirates prefere redirecionar o investimento para 70 aviões da Airbus mais pequenos, como os modelos mais recentes do A330 e do A350.