O investimento e as vendas ao estrangeiro estão a diminuir e é o consumo das famílias que mantém o crescimento da economia portuguesa, colmatando aquelas quedas.

Os dados são avançados nesta quinta-feira pelo Banco de Portugal, no boletim económico de outubro. O consumo das famílias está a compensar a queda das vendas para o exterior e a descida do investimento, tanto das empresas como do Estado – uma tendência que poderá estar relacionada com o adiamento de algumas grandes obras, como barragens, e a aquisição de máquinas, além de perspetivas mais moderadas e maior incerteza ao nível global.

O Banco de Portugal mantém, contudo, a previsão 2,3% de crescimento para este ano – são 0,5 pontos percentuais abaixo do registado no ano passado, mas 0,3 pontos percentuais acima das estimativas do Banco Central Europeu (BCE) para a Zona Euro, o que deixa a economia em convergência real com as restantes.

E continua a apontar melhorias no mercado de trabalho, mas de junho para outubro reviu ligeiramente em baixa o emprego e a taxa de desemprego.

Estas previsões estão ainda sujeitas a riscos, como o pagamento do subsídio de natal, o balanço do aumento extraordinário das pensões, a evolução da receita fiscal e não fiscal e o impacto do BPN.

O Novo Banco ainda não pode sequer ser considerado um risco, porque o apuramento das contas só é feito no final do ano.

Para 2019, ainda sem Orçamento do Estado, sobram poucas palavras, mas o Banco de Portugal rejeita que exista uma bolha no mercado imobiliário. O atual dinamismo aumentou as transações, mas estas não estarão todas a ser acompanhadas por empréstimos à habitação.

Para os próximos anos, o banco central espera ainda a continuação da recuperação salarial – diz haver já sinais disso, mas ainda insípidos – e a redução do défice.