O Governo fechou o primeiro trimestre com o melhor resultado dos últimos três anos. O balanço é feito pelo Conselho das Finanças Públicas.

De acordo com o mais recente documento do organismo, sem a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, o défice recuou 471 milhões de euros e se não forem contabilizados os juros, as administrações públicas apresentaram mesmo um excedente acima dos 1.250 milhões.

O relatório aponta que o défice das Administrações Públicas nos primeiros três meses foi de 434 milhões de euros, ou seja, 0,9% do PIB ou da riqueza produzida neste período.

Uma décima do ponto percentual reflete já parte da despesa extraordinária com as indemnizações dos incêndios florestais ocorridos no último verão.

Voltou a registar-se ainda um excedente ao nível das administrações, desta vez acima dos 1200 milhões de euros. O resto da recuperação é explicada com a diminuição dos encargos com juros graças às amortizações antecipadas.

Contudo, as notícias não são todas boas. Isto porque o investimento público está muito abaixo do previsto. A receita subiu graças aos impostos e contribuições, mas está aquém do esperado no Programa de Estabilidade para este ao. Foi compensada pela despesa, que cresceu a um ritmo inferior ao previsto. A dívida pública subiu, ficando mais distante da previsão anual.

Aviso ao Governo

O organismo liderado por Teodora Cardoso deixa ainda avisos ao Governo de que tem vários desafios pela frente, que podem comprometer as metas orçamentais.

Tratam-se de desafios de curto a médio prazo, como a recapitalização do Novo Banco, o pagamento dos subsídios de Natal, a incerteza sobre a recuperação integral da garantia do Banco Privado Português, o impacto das medidas da redução da despesa e as pressões orçamentais sobre a Saúde e a Educação.