O consumo de energias renováveis aumentou em 2017, mas o consumo de combustíveis fósseis também, levando a um aumento das emissões de carbono.

É feita de boas e más notícias para o ambiente, o relatório anual publicado pela BP sobre o consumo mundial de energia. Na edição do BP Statistical Review of World Energy, apresentado em Lisboa esta terça-feira, pode ler-se que o mundo está a consumir mais energia, de forma geral.

Em 2017 registou-se um aumento de 2,2% no consumo energético, o maior desde 2013. A maior parte desse aumento vem de países em desenvolvimento e só a China é responsável por uma terça parte.

Em larga medida a subida assenta em energias limpas e renováveis, como o gás natural e a energia solar, eólica e hidráulica. Segundo os dados apresentados pela BP, o aumento de consumo do gás natural só é comparável a 2010 e deve-se sobretudo à China, ao Médio Oriente e à Europa. Nos Estados Unidos, pelo contrário, o consumo de gás natural diminuiu.

Já as renováveis aumentaram 17%, superando a média da última década.

A má notícia é, sobretudo, o aumento do consumo de combustíveis fósseis, nomeadamente do carvão. Trata-se de um aumento marginal, de apenas 1%, mas é a primeira vez que tal acontece desde 2013. O principal responsável, segundo a BP, foi a Índia, mas a China também contribuiu para o valor.

Também se registou um crescimento no consumo de petróleo, na casa dos 1,8% e acima da média de 1,2% da última década.

É assim que se explica que as emissões de carbono tenham aumentado, depois de um período de estagnação ao longo dos últimos três anos.