O Governo está a renegociar o contrato de concessão com a Brisa e inclui a questão das portagens. O esclarecimento foi dado depois do aviso da PSA Mangualde, preocupada com a classe de portagens atribuída ao próximo modelo automóvel que a fábrica vai produzir.

De visita a Tondela, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, afirmou que o Governo está a trabalhar para ter um setor automóvel forte em Portugal.

“Temos tido muita comunicação com eles sobre essa matéria. Essa questão não faz sentido. Estamos a trabalhar e já informámos a PSA sobre essa matéria. Vamos continuar a trabalhar, não com uma empresa em particular, mas com a generalidade das empresas para continuar a ter um sector automóvel forte em Portugal”, disse o ministro.

Pedro Marques falava à margem de uma visita do primeiro-ministro, António Costa, a Tondela, para lançar a empreitada de reconstrução de habitações afetadas pelos incêndios.

O ministro respondia ao diretor-geral da PSA Mangualde (Peugeot, Citroen, DS e Opel), Alfredo Amaral, que esta quinta-feira se mostrou preocupado com a produção do próximo modelo, que pode vir a pagar classe 2 das portagens.

Alfredo Amaral alerta que se o modelo de pagamento das portagens se mantiver anexado à altura dos veículos poderá estar em causa o investimento na fábrica do grupo em Mangualde.

Em conferência de imprensa, o diretor-geral do grupo PSA explicou que o futuro furgão comercial ligeiro, denominado atualmente pelo nome de código K9, poderá chegar a um máximo de produção de 100 mil veículos anualmente, dos quais 20% no âmbito nacional, em 2019.

Por ter mais de 1,10 metro de altura, esta viatura, com o modelo atual de portagens, será incluída na classe dois e assim pagar mais portagens, pelo que em Portugal o veículo não será vendido, previu o responsável, que quando questionado sobre se esta situação coloca em perigo o investimento na fábrica de Mangualde, respondeu afirmativamente.

Em Portugal, a PSA Mangualde tem 700 trabalhadores e conta ter mais 225, a partir de Abril.