O recém-criado grupo de reflexão sobre a reconfiguração da banca nacional quer adiar a venda do Novo Banco, de modo a permitir que capitais portugueses possam tentar comprar a instituição e criar um banco português com expressão significativa.

Nomes como João Salgueiro, Manuela Ferreira Leite, António Barreto, Bagão Félix e João Duque, só para referir alguns dos signatários do grupo, defendem uma extensão do prazo de venda da instituição que resultou da cisão do antigo BES até Agosto de 2019.

Até lá, é desejável que se encontrem soluções alternativas, como fusões entre instituições ou ofertas públicas de venda, que assegurem um elevado número de novos accionistas.

O ideal era que se recuperasse mais do que é expectável receber-se, afirma à Renascença o economista João Duque. E para que tal seja possível, a venda terá de ser adiada, para que possam surgir condições atractivas para privados e particulares a investirem no banco.

É ainda importante, de acordo com o grupo de reflexão, assegurar que a modalidade de venda permita a participação de entidades portuguesas, sendo mesmo desejável o nascimento de um banco de capitais portugueses, de significativa expressão no mercado.

Dizem os elementos deste grupo, que já criticou o excesso de dirigismo das autoridades europeias e a espanholização da banca portuguesa, que é fundamental evitar que aconteça ao Novo Banco o que aconteceu ao Banif.

Criar as condições para que privados portugueses tenham interesse no Novo Banco será como “juntar a fome com a vontade de comer”, afirma João Duque, para quem o adiamento da venda até 2019 poderia evitar o gasto de dinheiros públicos.

João Duque lembra ainda que, há bem pouco tempo, houve interessados na privatização da TAP e muitos portugueses adquiriram acções dos CTT.