O Orçamento do Estado para 2016 é o “possível” e, em caso de falhanço, as culpas não ficam só para o Governo, serão repartidas, afirma o deputado socialista Vitaliano Canas no programa “Falar Claro” da Renascença.

“Quando há duas partes ou três partes ou o que for a definir uma plataforma de acordo, se essa plataforma de acordo não funcionar todas elas terão o seu quinhão de culpa, como é óbvio. Nem vou estar a dizer que a culpa é integralmente de Bruxelas, nem é integralmente do Governo, haverá certamente aí depois aspectos a referir”, diz Vitalino Canas.

Na edição desta semana do “Falar Claro” da Renascença, o social-democrata Nuno Morais Sarmento considera bastante óbvio que, mais uma vez, quem vai pagar a factura é a classe média.

O antigo ministro da Presidência acusa o Governo, nomeadamente o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, de estarem a classificar de classe média um nível de rendimentos que manifestamente não é.

“O Partido Socialista acha que, porque temos em Portugal - ninguém o discute - um número inaceitável de pessoas com um nível de rendimentos baixo ou baixíssimo, que classe média passa a ser isso”, argumenta o comentador social-democrata.

“Se amanhã estivermos todos na miséria”, frisa Morais Sarmento, “classe média passa a ser não sei o quê: 500 euros, 400 euros ou 300 euros”.

“Vai desqualificando o conceito de classe média para o ir aproximando da tal média de rendimentos do país. E não é essa a minha noção de classe média, nem é essa a minha noção de avanço do país. Não vou desqualificando, baixando o espaço ocupado pela classe média e dizer não classe média era quem estava entre, não sei, os 2.000 e os 3.000 e agora está entre os 500 e os 1.000 euros de rendimento, porquê? Porque o país cada vez está pior”, conclui Morais Sarmento.

A reversão do acordo da TAP foi outro dos destaques do programa "Falar Claro" da Renascença desta semana, com o social-democrata Nuno Morais Sarmento e o socialista Vitalino Canas.

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