Sabia que só uma ínfima minoria dos cientistas doutorados consegue entrar para os quadros de uma universidade? Para os outros, a vida é semelhante à de um futebolista: têm de estar no clube certo em cada momento, poucos atingem um elevado grau de reconhecimento e a sua carreira pode estar acabada antes dos 40.

Em Portugal, a ciência desenvolveu-se de forma rápida e inédita nas últimas décadas. Temos hoje mais investigadores científicos do que nunca. Por isso mesmo, é urgente conhecer a sua realidade.

Esta semana convidamos David Marçal, bioquímico, divulgador de ciência e coordenador da rede GPS-Global Portuguese Scientists, para falar do retrato que acaba de fazer sobre "Os Cientistas Portugueses" para a Fundação Francisco Manuel dos Santos. Um livro que traça um retrato vívido de quem faz investigação científica por cá.

E porque metade destes cientistas são mulheres, a outra convidada deste programa é uma das nossas cientistas mais célebres, a mais jovem galardoada com o Prémio Pessoa. É bióloga, investigadora, dedica-se há mais de 20 anos a estudar o parasita da malária: chama-se Maria Manuel Mota! A Diretora Executiva do instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes tem sido distinguida com prémios nacionais e internacionais e é uma referência mundial da sua área. Apesar deste currículo notável, em setembro do ano passado ficou de fora dos 500 investigadores selecionados pela Fundação de Ciência e Tecnologia para ter contrato de trabalho.

Vale a pena ouvir o que têm os dois a dizer sobre a vida de cientista em Portugal.

O Da Capa à Contracapa é um programa da Renascença em parceria com a Fundação Francisco Manuel dos Santos.