Em Paris, o governo cedeu a algumas exigências dos “coletes-amarelos” (suspendeu aumento do diesel e das inspeções automóveis) mas o sábado voltou a ser de violência na capital. Macron optou por manter-se em silêncio durante o quarto sábado de violência, a marcar a mais grave colisão do conflito social com o mundo político dos últimos anos.

O universo da política tarda em reagir a uma globalização que nos torna mais ricos, mas mais desiguais? A polarização do rendimento que esvazia os bolsos da classe média ameaça a coesão social? Há uma nova geografia social que afasta as cidades das zonas rurais? É a “França periférica” a que se refere o geógrafo Christophe Guilluy o lugar onde residem trabalhadores, mas não reside o trabalho? São estas as pistas para análise no Conversas Cruzadas.

Em debate também as falsas presenças dos deputados no plenário. Na semana em que se soube que a deputada Mercês Borges validou a presença e votação do colega de bancada Feliciano Barreiras Duarte no OE2019, a 30 de outubro a avaliação passou da pedagogia e defesa da ética para a necessidade de medidas concretas.

Já o relatório arrasador do Tribunal de Contas sobre as despesas dos deputados e irregularidades várias na Assembleia da República levou ao anúncio da constituição de um grupo de trabalho para alterar regras.

Será desta que os deputados concordam ser necessário arrumar a casa e defender a imagem do parlamento?

Esta é uma das questões para o economista Luís Aguiar-Conraria, o jurista Nuno Botelho e o sociólogo Manuel Carvalho da Silva analisarem no Conversas Cruzadas.