Hungria à lupa: os momentos de jogo

Sistema táctico: 4x2x3x1

Transição ofensiva

Contra-ataque, acima de tudo, com velocidade de processos potenciada pela agressividade na recuperação de bola do duplo “pivot” defensivo do “miolo” formado por Nagy (interessa ao Benfica) e o veterano mas ainda fresco Gera (37 anos).

Momento ofensivo

Feita a transição, não se espere que os magiares se “agarrem” à bola para montar “cercos”. O desenho do trio que actua atrás do ponta-de-lança obriga a uma maior celeridade, com movimentações constantes que desbaratam a organização defensiva do adversário. Dzsudzsak, Kleinheisler e Lovrencsics desequilibram com frequência e são particularmente “gulosos” entrelinhas. Ainda assim, há alguma lentidão na troca de bola. Com pressão adequada e criteriosa, Portugal tem boas possibilidades de contrariar a fase de jogo em que a Hungria melhor se exibe.

Transição defensiva

Paciência. É disso que Portugal vai precisar, porque o ataque à bola é constante e rápido da parte dos húngaros, para além da já referida agressividade. Tudo isto antes do que vem a seguir.

Momento defensivo

Ora, sem bola, os húngaros esquematizam-se duas linhas bem próximas e compactas. O sistema varia, neste aspecto, do 4x2x3x1 da transição e momento ofensivo para um 4x5x1. Apesar de apresentarem elementos algo lentos e duros de rins no sector mais recuado, o sentido de ajuda, solidariedade e equipa ajuda a Hungria a não conceder os tais espaços entrelinhas de que a Selecção Nacional tanto precisa para fazer a diferença.

Esquemas tácticos (bolas paradas)

É na abordagem às bolas paradas defensivas que reside o “calcanhar de Aquiles” da equipa de Bernd Storck. Em esquemas tácticos laterais, adoptam uma marcação mista – referências individuais, sobretudo, mas marcação zonal num dos postes, preferencialmente o primeiro – e, em lances aéreos, não capricham. O veterano guarda-redes Gabor Kiraly, apesar da regularidade que lhe é reconhecida, não é propriamente exímio nas saídas dos postes e esse é um factor a explorar. Ofensivamente, já se sabe: com uma estatura média de 1m85, podem sempre causar perigo quando a cabeça for chamada à equação, para além de bons executantes de livres laterais.

A figura: Laszlo Kleinheisler

O criativo, o “mago”, o “10”. E tudo e mais alguma coisa. Foi recuperado precisamente por Bernd Storck, durante a recta final de uma gloriosa fase de qualificação para o Europeu. Perdeu a fama de “enfant térrible” e, hoje, é o “motor” da equipa magiar. Actua no Ferencvaros, foi formado no Videoton e é uma espécie de “fio condutor” do meio-campo para o ataque. Facilidade na desmarcação, técnica apurada, eficácia no 1x1, com mudanças de velocidade graças ao centro de gravidade baixo (mede 1m73), qualidade de passe, visão de jogo, sentido apurado na construção mais adiantada da sua equipa. Em suma, um “quebra-cabeças” que adiciona ainda raça a um cardápio de qualidade notável.

ONZE PROVÁVEL DA HUNGRIA FRENTE A PORTUGAL (BERND STORCK)

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