Ensina-nos a dizer que os Teus passos não se cansam de caminhar connosco.

Tu que experimentaste a nossa condição humana, sabes bem como as noites nos habitam e possuem.

E as dúvidas. E os medos. Tantos. Sabes o que é estar só numa casa ou numa rua inóspita.

Sabes o que é estar doente num corredor de hospital ou num quarto qualquer.

Sabes tão bem, sabes até melhor do que nós.

Como é que havemos de afirmar que estás connosco? Abro a esta hora, sobre a rua, uma janela.

Lá fora, só a noite , luzes poucas e a ténue promessa de outro dia. Quando começarmos a acordar nesta cidade, que mãos se vão estender? Que silêncios vão ferir? Que palavras? Que ausências? O que fazer, Senhor, se não entregar-Te estas perguntas, assim desamparadas?

Pela Tua misericórdia, havemos de nos surpreender na descoberta de que sempre estás connosco.