Este ano já foram mortas 25 mulheres em Portugal. A violência sexual baseada em imagens é um fenómeno em crescendo e cerca de 90% dos "deepfakes" são de mulheres.
"A violência doméstica é um crime público. A questão não é a lei, é a aplicação da lei. É a forma como o sistema judicial a aplica", afirma Ilda Afonso, da União de Mulheres Alternativa e Resposta.
Segundo o Observatório das Mulheres Assassinadas da União de Mulheres Alternativa e Resposta 25 mulheres foram assassinadas em Portugal entre o início do ano e 15 de novembro.
Nos femicídios registados, todos cometidos por homens e parceiros íntimos (atuais ou passados) das mulheres assassinadas, "em pelo menos 12 existia violência prévia".
“A violência doméstica é uma violência de género, estrutural e enraizada”, denuncia investigadora. Vítima faz apelo: "não retirem a queixa, nunca desistam". Os números estabilizaram em Portugal, mas continuam em alta. Desde o início deste ano, houve 17 homicídios por violência doméstica: 15 mulheres, uma criança e um homem. Onde estamos a falhar?
Segundo a universidade, as intervenções, denominadas "Mind e Mind Support Group", vão decorrer em formato de grupo, à distância (online), durante um período de oito semanas.
Fenómenos importantes do nosso tempo impactam particularmente o emprego feminino. Primeiro, as mudanças climáticas impactam negativamente as mulheres, no trabalho e fora dele. Segundo, a inteligência artificial generativa pode vir a substituir o emprego feminino. Finalmente, a inflação traz indiretamente mais mulheres ao mercado do trabalho (depois da pandemia que as puxou fora).
Nilofar Ayoubi tem 28 anos e há dois anos, quando os talibãs tomaram de novo o poder, teve de abandonar o país por temer pela vida - pela dela e pela dos filhos. Sente que o Afeganistão “está de novo a ser empurrado para a época medieval”. Em relação às mulheres, a situação atual é resumida numa palavra: “Desastre."