"Infelizmente, estamos a falar de números reais", diz à Renascença o coordenador da Helpo em Moçambique. De acordo com a organização internacional "Save the Children", mais de 61 mil crianças tiveram de fugir de suas casas por causa dos atentados terroristas.
A previsão é de ventos fortes até 85 quilómetros por hora e rajadas até 120 quilómetros por hora, "o que poderá agitar o estado do mar, gerando ondas até sete metros de altura".
Alto comissário da ONU para os Refugiados prevê visitar Cabo Delgado esta semana e avança que está prevista assistência jurídica aos deslocados, apoio ao regresso às zonas de origem ou reassentamento definitivo nas novas áreas.
A Cáritas Diocesana de Pemba revela "problemas financeiros sérios" e apela à solidariedade internacional. Em entrevista à Renascença, o diretor daquela instituição da Igreja local agradece o apoio que a Cáritas Portuguesa vai enviar para o território.
Autoridades moçambicanas não comentam a situação operacional, mas há relatos de ataques por parte de deslocados que chegam à vila de Chiùre. Falam em destruição de hospitais, de escolas e de casas. E de mortes.
D. António Juliasse alerta para a chegada da fome, sede e doenças, advertindo, no entanto, que “o risco maior é de serem rostos esquecidos em função de outras guerras do mundo”.
Nas últimas semanas têm sido relatados casos de ataques de grupos insurgentes em várias aldeias e estradas de Cabo Delgado, inclusive com abordagens a viaturas, rapto de motoristas e exigência de dinheiro para a população circular em algumas vias.
Presidente de Moçambique pediu às Nações Unidas que mantenham todos os projetos na província do norte do país. Situação de insegurança é "transfronteiriça", diz o subsecretário-geral de António Guterres. "Os ataques continuam" e crise é "mais do que latente".
Seis anos e meio depois do inicio dos ataques terroristas em Cabo Delgado, a população sente-se abandonada pela comunidade internacional e pelo próprio país. O lamento é deixado pelo bispo de Pemba, numa entrevista à Renascença em que D. António Juliasse fala também da reacção dos bispos africanos à questão da benção a casais em situação irregular. “A nossa posição é pedagógica."