Ministro do Ambiente reconhece que uma forma de evitar a seca a longo prazo seria criar uma central para aproveitar a proximidade do mar no Litoral Alentejano. Primeira central dessalinizadora, a ser criada no Algarve, deverá estar concluída em 2026.
Com pouca água e a qualidade da água degradada, explicou, as carpas que ali existiam, "uma espécie exótica com legislação própria e que não pode ser removida para outras albufeiras", começaram a morrer, há cerca de um mês: "Morreram umas 40 ou 50 de grandes dimensões, de 10, 12, 15, 20 quilos.".
O presidente do PSD critica um governo que "não tomou medidas" ao longo dos últimos anos e que só age "no limite". Luís Montenegro anuncia ainda a entrega de uma proposta no Parlamento para um "Plano Nacional de Regadio verdadeiramente eficiente".
A sul do Tejo, há duas barragens em risco de secar até 2024. Campilhas, em Santiago do Cacém, é uma desgraça iminente, alertam os produtores de arroz da região. Uns falam em desistir, outros em ir buscar água ao Alqueva. Ana Gonçalves, autarca de São Domingos, diz que é preciso pensar “noutras culturas que não sejam de regadio”. No Algarve, a albufeira Bravura vive também dias de escassez. Há pomares a secar e falhas no abastecimento. Em Odiáxere, algumas famílias que dependem de garrafões para ter água em casa. São necessárias mudanças políticas – mas também de mentalidade. O tempo da abundância evaporou.
Aljezur, Lagos e Vila do Bispo são os municípios do Algarve com menos água e que integram os 43 concelhos em situação crítica devido à seca. À Renascença, os autarcas dizem que já tinham posto em prática parte das medidas anunciadas pelo Governo e mostram-se reticentes quanto ao aumento da tarifa de água.
Portugal até teve a primeira central de dessalinização por osmose invertida na Europa, mas a aposta ficou por aí. Associação ambientalista ZERO admite que possa ser uma das alternativas, mas a prioridade deve ser o combate ao desperdício de água. Ex-secretário de Estado Pedro Sampaio Nunes defende que aproveitar água do mar é, “decididamente”, uma aposta a fazer.
Sete das 13 freguesias de Tabuaço estão a ser abastecidas por cisternas de água. A seca obrigou ao racionamento no consumo doméstico e há populações, como de Carrazedo e de Granja do Tedo, sem fornecimento de água da rede à noite.