Poeta e político lançou esta segunda-feira o livro de memórias numa Gulbenkian recheada das maiores figuras da política portuguesa. Alegre avisa que atravessamos "tempo difícil para a democracia". Marcelo condecora o autor com Grã-Cruz da Ordem de Camões.
"Perguntam-me quase sempre porque é que, sendo poeta, me envolvi na política. Respondo: Por isso mesmo", esclarece neste seu livro de memórias, que é mais detalhado sobre a sua vida antes do 25 de Abril de 1974 do que em relação ao período posterior à estabilização da democracia em Portugal.
Em declarações aos jornalistas à chegada a um hotel em Lisboa onde os socialistas estão a acompanhar a evolução dos resultados eleitorais, Manuel Alegre disse ser preciso esperar pelos resultados e que "as sondagens não são clarificadoras" quanto às maiorias que se podem formar.
Pedro Nuno Santos chegou com Manuel Alegre e esperou por António Costa. Vários ministros e socialistas marcaram presença na antestreia do filme “Soares é fixe”, que retrata o percurso do antigo Presidente da República e um dos pais da democracia portuguesa. Marcelo Rebelo de Sousa faltou.
Antes de Manuel Alegre, o PS teve como presidente honorário António de Almeida Santos, antigo ministro de Mário Soares e presidente da Assembleia da República entre 1995 e 2002.
O ex-dirigente histórico do PS dirigiu-se ao Congresso da FIL para avisar que o "PS não se rende, nem se renderá" e para pedir a Pedro Nuno Santos que seja "fiel" à "palavra dada e que as promessas sejam cumpridas".
"É fundamental para manter a saúde política da democracia", manter o espírito critico, diz o histórico socialista ao podcast Avenida da Liberdade. No caminho para as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril, Alegre recorda a luta estudantil em Coimbra, a Guerra Colonial, a prisão em Angola, o exílio em Argel e a defesa da liberdade aos microfones da rádio.
Os romances, alguns com mais de 30 edições, os contos e as novelas escritas por Manuel Alegre estão agora reunidos na obra “Toda a Prosa” (ed. D.Quixote). São mais de 800 páginas que, nas palavras do socialista, espelham um retrato de Portugal desde os anos 1940 até ao 25 de Abril e que tiram da “clandestinidade” a obra em prosa daquele que se sente “prisioneiro” da sua poesia.