Sentença no processo por difamação do militante de extrema-direita Mário Machado foi anulada por falta de fundamentação, tendo sido determinada a realização de novo julgamento.
Segundo o movimento, tem sido "patente na sociedade uma vontade de adotar posturas contra o antirracismo que pretendem silenciar as vozes que lutam pela democracia".
Defesa do ativista e militante do Bloco de Esquerda, que foi condenado a pagar 2.400 euros de multa por ter difamado o militante neonazi Mário Machado, vai recorrer da sentença.
O ativista antirracismo apelou à juíza do julgamento que "tenha mais consciência da responsabilidade" e diz que MP capitulou perante "manobras de manipulação da extrema-direita".
Mamadou Ba começa a ser julgado no Juízo Local Criminal de Lisboa, no Campus de Justiça. Entre as testemunhas está a ex-ministra da Justiça, Francisca Van Dunem.
O ativista antirracista está a ser julgado por difamação, publicidade e calúnia, após ter acusado Mário Machado nas redes sociais de ser o "assassino" do cabo-verdiano Alcindo Monteiro, morto em Lisboa, em junho de 1995, por elementos de um grupo de "skinheads".
No debate instrutório realizado em outubro, Isabel Duarte, advogada de defesa de Mamadou Ba, alegou que neste caso "não há honra suscetível de ser ofendida", acrescentando não compreender os factos imputados ao ativista antirracista pela acusação particular (e que foi acompanhada pelo Ministério Público).
Mamadou Ba é acusado a propósito de, em 2020, ter apelidado nas redes sociais Mário Machado de "assassino" do cabo-verdiano Alcindo Monteiro, morto em Lisboa, em 1995, por elementos de um grupo de "skinheads".