Em causa está a portaria que regulamenta a contribuição de solidariedade temporária (CST) – também conhecida por ‘windfall tax’ – que entra hoje em vigor.
Na semana em que o Parlamento aprova o diploma do Governo que taxa os lucros extraordinários das empresas da energia e da distribuição, Gonçalo Lobo Xavier considera a taxa profundamente injusta, aplicada a um sector que tudo tem feito para menorizar o impacto da inflação. "Espanta-nos que tenha avançado para um sector tão importante para o país", diz à Renascença e ao jornal Público o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição.
A chamada contribuição de solidariedade temporária será aplicada sobre os lucros extraordinários de empresas dos setores da energia e da distribuição alimentar. Votação final global desta medida marcada para quinta-feira.
A Assembleia da República vai debater esta terça-feira no plenário a proposta de lei do Governo para a tributação dos lucros extraordinários. Com maioria absoluta no Parlamento, o diploma do executivo socialista tem a aprovação assegurada, mas o PCP considera-o insuficiente, uma vez que a "exclui o setor elétrico, a banca e as seguradoras".
Mais de 30 organizações de media de mais de 20 países propõem que dinheiro arrecadado com este imposto sobre lucros extraordinários seja distribuído pelos países mais pobres e vulneráveis às alterações climáticas.
Ministra da Presidência lembra que está em curso "um debate a nível europeu sobre a criação de uma taxa. Portugal disse desde a primeira hora que apoiava a medida e que também a aplicaria; a nossa expectativa é que ela possa ser aprovada nos próximos meses, assim que esse acordo a nível europeu esteja fechado".
Medida conhecida como "Windfall tax" e confirmada por Fernando Medina na apresentação do Orçamento do Estado para 2023 visa empresas dos setores do petróleo, gás natural, carvão e refinação.