Proteção Civil assume terem ocorrido “constrangimentos pontuais na rede SIRESP” nos incêndios em Leiria. Garante ainda que “em nenhum momento” a rede deixou de funcionar e ocorreram apenas “situações de atrasos de poucos segundos na entrada” de comunicações. Testemunhos de operacionais recolhidos pela Renascença contrariam posição da ANEPC.
As chamas fustigaram Ansião e roubaram ao concelho perto de 2.500 hectares numa semana. Em Mogadouro, Arlinda perdeu a casa, mas ainda não sabe. “Quando ela souber, coitadita, fica ali no meio do chão”, diz Alice Simões, uma irmã. Sérgio Freire foi salvo das chamas por um vizinho, David Rodrigues sente que, “quando corre uma coisa mal, tudo corre mal.”
O fogo passou pela casa de José Paixão, deixando-a parcialmente destruída. Mas o idoso de 87 anos regressou. Cinco anos depois de Pedrógão Grande, a lembrança da tragédia continua viva no distrito de Leiria. Hugo Oliveira, vice-presidente da bancada do PSD, defende que o Estado deve apoiar famílias que perderam habitação e sustento.
No espaço de poucas horas, cerca de três mil hectares transformaram-se em cinzas, na freguesia de Colmeias e Memória, em Leiria. Duas casas foram consumidas pelo fogo. Artur Santos, o presidente da junta, denuncia a falta de limpeza de terrenos. Já Duarte Ascensão, que faz trabalhos de manutenção florestal, queixa-se de ameaças de proprietários. Numa vasta mancha negra, um olival limpo sobreviveu.
Autarca apontou uma área ardida estimada na ordem dos 3.500 hectares e revela que vai ser mantido um dispositivo em todo o perímetro, "em ações de consolidação de rescaldo e vigilância ativa".