Isabel Jonet fala numa "extraordinária expressão de solidariedade dos portugueses". Ao mesmo tempo, lembra que os pedidos de ajuda não têm parado de chegar devido ao contexto de inflação e de subida nas taxas de juro.
Presidente do Banco Alimentar contra a Fome prevê agravamento da crise em 2023, com subida das taxas de juro. Isabel Jonet diz que a pobreza estrutural não se combate com subsídios, e que as soluções tardam porque falta planeamento e visão política de ”longo prazo”. Apesar das dificuldades, confia na solidariedade dos portugueses na campanha de recolha de alimentos que decorre no fim de semana.
Dados referentes a 2020 indicam que nesse ano foram desperdiçadas em Portugal 1,89 milhões de toneladas de alimentos. Cada português desperdiçou, em média, 183,6 quilos de alimentos.
Em 2016, França proibiu que os supermercados deitassem fora comida, sendo obrigados a doá-la a instituições de solidariedade social e bancos alimentares. Inês Sousa-Real, líder parlamentar do PAN, defende que Portugal deve seguir o exemplo. Já Isabel Jonet, do Banco Alimentar Contra a Fome, discorda da estratégia da obrigatoriedade. À Renascença, Maria do Céu Antunes, ministra da Agricultura, revela que está a ser preparada uma plataforma para ligar “produtores de excedentes alimentares e aqueles que necessitam deles” – ideia que consta do projeto de lei do PAN