Em Loures, o líder comunista desafiou ainda os restantes partidos a comprometerem-se mais com a luta contra a corrupção. Já João Oliveira, cabeça de lista às Europeias, garantiu que a CDU não quer contribuir para o "isolacionismo" de Portugal.
Em entrevista à Renascença, João Pedro Oliveira e Costa rejeita ainda qualquer tipo de concertação em matéria de depósitos e defende que o Estado também "arrecadou muito com os lucros da banca", que considera irrepetíveis nos próximos anos. O presidente do BPI admite que a polémica com o IRS foi um “arranque em falso” do novo Governo.
Para o PCP, "a pergunta para a qual é preciso resposta é qual é o cálculo do Governo sobre de facto aquilo que vai ser transferido dos bolsos de todos nós para o bolsos da grandes empresas a partir da descida do IRC e da descida da derrama e outros instrumentos que o Governo está a desenvolver".
Patrões abdicam do choque fiscal no IRC, em troca de outras medidas, mas apoiam um novo acordo de rendimentos "ambicioso"e avisam que os salários não se aumentam "por decreto ou simpatia". Em entrevista à Renascença, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal defende ainda a revisão da lei laboral e da TSU e uma imigração programada que inclua a CIP. Aos partidos pede um "armistício" político.
O cálculo é feito pelo fiscalista Luís Marques, a partir de uma transação até 200 mil euros, que é considerado o valor médio para a compra da primeira casa para jovens até aos 35 anos. Já em matéria de IRS e IRC, o especialista entende que o programa do Governo podia ter ido mais longe.
Economista João César das Neves lembra que o Governo não tem autonomia para mexer nos impostos. Qualquer alteração fiscal depende do voto dos deputados. Na prática, mudanças na tributação só devem avançar no Orçamento do Estado para 2025.
O leilão de medidas fiscais dos maiores partidos, segundo a professora catedrática da Faculdade de Direito da Universaide de Lisboa, Ana Paula Dourado, é perigoso porque a margem para baixar impostos é muito curta. A especialista alerta para a impossibilidade de resolver os problemas do país a aumentar ou diminuir o IRS e o IRC.
Segundo os últimos dados da DGO, o saldo registado em outubro reflete uma melhoria de 3.494,1 milhões de euros face ao verificado no mesmo período do ano anterior.
No âmbito de uma reflexão sobre os desafios económicos de Portugal ao cabo de 50 anos de Democracia, o antigo ministro das Finanças admitiu ainda que o Estado tem um papel decisivo na descida dos preços da habitação através das políticas de ordenamento do território. No "Da Capa à Contracapa", o economista defendeu a melhoria dos salários dos quadros médios e superiores da Administração Pública e alertou que o país tem que duplicar o volume de imigração para manter a população ativa nos níveis atuais.
Em entrevista à Renascença, o economista defende uma solução "flexível" para o novo aeroporto, "em que não tenha de se fazer tudo de uma só vez". O ex-ministro, que apresentou um estudo que propõe uma baixa do IRC, considera que a pesada tributação sobre as empresas - acima da média europeia - está a penalizar o investimento.