De acordo com um relatório do Instituto Nacional de Gestão de Risco de Desastres (INGD), a passagem daquele ciclone afetou 249.813 pessoas, num total de 49.412 famílias, com registo de 27.470 casas parcialmente destruídas e 19.751 totalmente destruídas, além de 95 casas inundadas e 44 unidades sanitárias afetadas.
Exatamente um mês depois das inundações que afectaram dezenas de municípios da Comunidade Valenciana, ainda há muita destruição, poucas ajudas e muitos ainda fazem contas à vida para perceber como vão fazer para voltar ao trabalho ou abrir os seus negócios.
O geógrafo José Luis Zêzere, da Universidade de Lisboa, que há várias décadas vem estudando os fenómenos extremos em Portugal, argumenta que a avaliação oficial de 105 mil pessoas em zonas susceptíveis de inundações está abaixo da realidade.
No programa "Da Capa à Contracapa" da Renascença, o 2.º comandante nacional da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil revela que a tragédia de Valência, com mais de 200 mortos provocados por uma precipitação de intensidade invulgar, está a levar a uma revisão de procedimentos e reflexões em relação a estes fenómenos em Portugal.
Mário Silvestre, 2.º Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, e José Luis Zêzere, geógrafo físico, professor catedrático do IGOT-ULisboa e Diretor do Centro de Estudos Geográficos, são os convidados.