Gouveia e Melo escusou-se a clarificar se tenciona ou não apresentar uma candidatura às eleições presidenciais, sublinhando que os militares no ativo devem separar essas funções "de qualquer especulação sobre um futuro que ninguém sabe o que vai ser e é um futuro incerto".
Chefe do Estado Maior da Armada diz que nesta altura só pode responder "nim" a Belém, porque ainda é um militar no ativo. Para Gouveia e Melo, dizer que um militar não pode desempenhar um cargo político “é uma ideia quase anti-democrática”.
Henrique Gouveia e Melo é a primeira chefia militar a reagir ao anúncio do governo, que decidiu aumentar em 300 euros o suplemento da condição militar, à semelhança das forças de segurança. Em declarações exclusivas à Renascença, o Chefe do Estado Maior da Armada declara-se muito satisfeito: "É o equilíbrio possível" e irá "contribuir para a retenção de militares nas Forças Armadas".
Henrique Gouveia e Melo destacou que a ligação entre Portugal e São Tomé e Príncipe "é construída sobre uma base histórica e cultural robusta, consolidada através de longas e continuadas e estreitas relações diplomáticas, económicas, culturais e militares".
Em declarações à Renascença, António Lima Coelho contesta ideia do ministro Nuno Melo e defende, em vez disso, medidas que tornem a carreia militar mais atrativa.
Como tinha dito à Renascença, o almirante defende que é preciso um novo modelo de Serviço Militar Obrigatório, em vez do regresso do que estava em vigor até 2004.
O retomar do serviço militar obrigatório na Europa é descrito pelo Chefe do Estado-Maior da Armada como "ferramenta importante de dissuasão". Em entrevista à Renascença, o almirante Gouveia e Melo sublinha que se engana quem argumenta que o serviço militar obrigatório dura pouco tempo e de nada serve e recorda que os meios de guerra mudaram e o longe rapidamente se faz perto.
A associação frisa que os militares estão solidários com as forças de segurança na luta pelo suplemento de missão semelhante ao da Polícia Judiciária, e defende a legalidade de qualquer eventual protesto militar.
"Os militares não protestam na rua". Chefe do Estado Maior da Armada sublinha, em entrevista à Renascença, que "é contra o próprio regime democrático". "Não devem ser feitas nem permitidas, porque os militares são o último refúgio da estabilidade do país", diz.